Uma rosa branca se abre todos os
dias com a luz do sol brilhando sobre ela e se fecha ao entardecer junto com a
retirada do sol para a entrada da lua. Lembro-me de um jardineiro com
fisionomia de mulher que todas as manhãs saía da sua cama e ia olhar a rosa que
crescia no meio do concreto onde o espaço era mínimo para desabrochar mas o
jardineiro fazia de tudo por aquela rosa que ganhava cada vez mais vida, a
defendia das mãos dos que poderiam arrancá-la e machucá-la. O jardineiro
colocava água todas as tardes, tirava as pétalas machucadas, dava amor e
carinho. Ele tinha uma rosa para cuidar em cada centímetro que andava e vários
jardins com rosas lindas, cada uma com suas características e cores, Ele sabia
as necessidades de cada uma. Tinha rosas que crescia em espaços pequenos, em
baixo de pedras, outras em lugares inapropriados que corriam riscos de serem
machucadas facilmente. Mas o jardineiro nunca abandonou nenhuma, muitas das rosas
foram arrancadas com violência do seu espaço e o cuidador estava lá pronto para
levá-la para o jardim da eternidade onde será eternamente protegida e nunca
mais sofreria nas mãos dos destruidores de rosas.
Rosas que tentaram destruir, onde
a terra era ruim para o cultivo, mesmo assim, brotava vida em espaços apertados,
o sol brilha o dia inteiro para alimentá-las. Só que muitas foram violentadas
por mãos desconhecidas, fazendo-as sentirem dores e cicatrizes nas suas pétalas,
as quais não saberão quando desaparecerão todas as manchas, só sabem que o
jardineiro vai cuidar e curar suas dores. Muitos devem se perguntar “por que o
jardineiro não evitou?”, toda rosa é vida, passa por dificuldades e
aprendizados, viver é um risco, não existe vida fácil principalmente na terra que
brota tudo, não somos rosas artificiais, de plástico, que não sentem nada, sem
raiz, somos rosas de vida. Devemos esperar o dia em que vamos viver no jardim
celestial, sem cicatrizes e dores, encontrando todas as rosas que foram
construir suas vidas sem obstáculos no jardim divino.
O jardineiro quer ver suas rosas
sorrindo com o sol e descansando com a lua. A certeza que Ele estará cuidando
dessas rosas sempre, mesmo que muitas não percebam esse cuidado, esse amor e
dedicação que faz parte do dia a dia.
O jardineiro não toma a frente
nas decisões das rosas, mesmo sendo cuidador, Ele deixa as rosas brotarem onde quiserem,
independente das escolhas, Ele, o cuidador, está presente. Ele age em cima das
escolhas das rosas.
Peço ao jardineiro que cuide
daquelas rosas que estão manchadas, sofridas, tristes, decepcionadas, e acham
que você, jardineiro, o abandonou, mas eu sei que Você está curando aos poucos
as feridas das rosas que sofreram nessa terra que brota de tudo.
(Geo Feitoza)
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