O tempo passou voando até um dia desses
estava soltando pipa. Bem que as pessoas me falaram que depois dos quinze,
rapidinho entramos na casa dos vinte e tantos, e a porta já fica meio aberta
para os trinta. A idade passa e nos deixa com a sensação que não fizemos nada,
ficamos estacionados em uma determinada rotina, e em um determinado lugar, que
mesmo querendo sair não conseguimos, e suportamos coisas que nunca imaginamos
suportar por causas dos vinte e tantos. Trabalhando em lugares chatos, isso só
para receber o dinheiro no final do mês e pagar as contas. Mesmo com tudo isso,
às vezes, me vejo como uma criancinha que ainda está aprendendo a andar.
Tenho medo, pois o relógio
biológico não para, apita todo hora me avisando que o tempo está passando, e
preciso correr como se estivesse numa maratona contra o tempo, e se eu parar o
tempo não para e eu perco. Isso se eu não for obrigada a parar por ocasiões da
vida, como muitos jovens pararam antes do tempo e sem te chance de continuar.
Há saudades, que eu tenho do
tempo que já passou, daquele dia na varanda da minha casa que a minha única
preocupação era a roupa que eu ia vestir na minha Barbie, e assistir o Pica Pau
no dia que não tinha aula. E, hoje as bonecas foram substituídas por
responsabilidades de gente grande, os desenhos animados foram esquecidos por
falta de tempo, e muitos já não passam mais na TV.
Essa questão de contar a idade é meio
assustadora, nos obriga agir conforme os números exigem, fazendo uma grande
pressão contra nós, nos empurrando para uma nova fase, que sempre dar um certo “medinho”,
como se fosse o primeiro dia de aula da infância, mas, nossa mãe ia nos buscar
no final da aula, e hoje, não tem mais quem nos espere e segure a nossa
mão, para não sairmos correndo e atravessar a rua, sem olhar se vem carro ou
não.
Junto com a nova idade surgem
novos desafios, surgem capacidades nunca desvendadas antes dentro do nosso
coração. Descobrimos novos defeitos, qualidades e inseguranças. E achamos que
temos um grande conhecimento sobre “eu” mesma, que no final é um grande engano,
e percebemos que o nosso conhecimento é limitado, e sempre será.
Deus, tu sabes os meus medos e
conflitos internos que sofro todos os dias, os desafios da vida humana que me
faz tremer. Desculpa Pai, por todas as vezes que lhe questionei que deixei de
pensar em ti por pensar demais em mim. Desculpa, por pensar que estou sozinha,
por ser tão pobre de ti, e não sentir o Senhor comigo.
(Geo Feitoza)
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