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terça-feira, 12 de novembro de 2013

#vinteequatro


O tempo passou voando até um dia desses estava soltando pipa. Bem que as pessoas me falaram que depois dos quinze, rapidinho entramos na casa dos vinte e tantos, e a porta já fica meio aberta para os trinta. A idade passa e nos deixa com a sensação que não fizemos nada, ficamos estacionados em uma determinada rotina, e em um determinado lugar, que mesmo querendo sair não conseguimos, e suportamos coisas que nunca imaginamos suportar por causas dos vinte e tantos. Trabalhando em lugares chatos, isso só para receber o dinheiro no final do mês e pagar as contas. Mesmo com tudo isso, às vezes, me vejo como uma criancinha que ainda está aprendendo a andar.
Tenho medo, pois o relógio biológico não para, apita todo hora me avisando que o tempo está passando, e preciso correr como se estivesse numa maratona contra o tempo, e se eu parar o tempo não para e eu perco. Isso se eu não for obrigada a parar por ocasiões da vida, como muitos jovens pararam antes do tempo e sem te chance de continuar.

Há saudades, que eu tenho do tempo que já passou, daquele dia na varanda da minha casa que a minha única preocupação era a roupa que eu ia vestir na minha Barbie, e assistir o Pica Pau no dia que não tinha aula. E, hoje as bonecas foram substituídas por responsabilidades de gente grande, os desenhos animados foram esquecidos por falta de tempo, e muitos já não passam mais na TV.

Essa questão de contar a idade é meio assustadora, nos obriga agir conforme os números exigem, fazendo uma grande pressão contra nós, nos empurrando para uma nova fase, que sempre dar um certo “medinho”, como se fosse o primeiro dia de aula da infância, mas, nossa mãe ia nos buscar no final da aula, e hoje, não tem mais quem nos espere e segure a nossa mão, para não sairmos correndo e atravessar a rua, sem olhar se vem carro ou não.

Junto com a nova idade surgem novos desafios, surgem capacidades nunca desvendadas antes dentro do nosso coração. Descobrimos novos defeitos, qualidades e inseguranças. E achamos que temos um grande conhecimento sobre “eu” mesma, que no final é um grande engano, e percebemos que o nosso conhecimento é limitado, e sempre será.

Deus, tu sabes os meus medos e conflitos internos que sofro todos os dias, os desafios da vida humana que me faz tremer. Desculpa Pai, por todas as vezes que lhe questionei que deixei de pensar em ti por pensar demais em mim. Desculpa, por pensar que estou sozinha, por ser tão pobre de ti, e não sentir o Senhor comigo.

(Geo Feitoza)

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