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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ele...

Num ápice da vida tudo pode diversificar de uma forma arquitetônica que jamais imaginaríamos perdurar. Ele chegou, com seu jeito sorridente, sua voz deslizante e macia ao falar, suave e cantante de um nordestino que mergulha no olhar, de uma forma sensível e penetrante... Seu sorriso é outra poesia, não de um rapaz de sorriso amarelo, mas de um homem que tem dias azuis, pois tem um riso frouxo e sincero se tornando um despertador de olhar.
Ele surgiu com passos lentos, onde não ouvi nem o barulho do sapato e nem sua presença, ele me tirou para dançar numa noite de domingo e eu dancei, mas ele com um jeito desengonçado tentou dançar, apenas tentou, pois não sabia dançar e nem conduzir uma dama, mas fingi que também não sabia, então ficamos dois patetas olhando um para o outro sem dar nenhum passo daquela dança tão “adorável”, onde a nossa conversa era mais agradável do que qualquer música ou pessoa que passasse ao nosso lado.
Lembro-me da roupa dele como se fosse hoje, sapatos brancos e blusa xadrez azul de fato me chamou atenção, tentei fugir do encantamento, mas foi em vão, deixei me beijar depois de tanta conversa e com aquele beijo tudo começou. É sério não lembrei o nome dele, tenho esses ápices de esquecer os nomes das pessoas, perguntei duas vezes e acredite esqueci essas duas vezes, e fiquei com vergonha de perguntar a terceira, fiquei esperando alguém cumprimentar ele pelo nome, até que o amigo dele chamou-o para eu nunca mais esquecer, mas isso ele não precisa saber né?!

O que me encantou foi à voz tão deslizante como um toboágua, ficar com ele foi como entrar no toboágua, foi uma aventura encantada, que no final não nos largarmos mais.

(Geo Feitoza)

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