E aqui estou eu de novo, no ponto em que parei há anos atrás, te escrevendo sem saber se ainda lê meus textos bobos de amor. Amor? Pois é, usei a palavrinha-chave que você tanto desejou ouvir dos meus lábios. Juro que evitei, durante todos esses anos, alimentar esse sentimento, mas não teve jeito, ele foi mais forte que eu e não resisti. Parece até clichê dizer isso, logo eu usando a frase “não resisti”, a menina que resistia a tudo e a todos caiu na sua, e o pior é que estou rindo de mim mesma por isso.
Ainda te escuto
dizendo “tranca a porta”, ainda vejo sua camisa preta no guarda-roupa, ainda
sinto seu abraço forte e não sei o que fazer com tudo isso, você me dizia que
tudo ficaria bem no fim, mas não ficou, não mesmo...
Se são palavras de
conforto, eu diria a mim mesmo: “ele está realizando os sonhos dele”, “ele está
melhor sem mim”, “ele está sorrindo naquela foto do facebook ao lado da loira
peituda”, mas nada disso apaga o que sinto e hoje, um ano depois, ainda sinto
que você deveria ser meu e sinto inveja do vento que sopra em você, da sua
escova de dentes e até do seu lençol que pode te abraçar a noite. Não me
entenda mal, não fiquei paranoica ou maluca, muito menos vou sair atirando por
aí em quem encostar em você, talvez seja apenas carência e a falta que sinto de
você falando mais alto, não é para ter medo.
Se ainda está lendo,
já pode dormir tranquilo, não vou atentar contra vida de ninguém e ficarei bem,
ficarei viva enquanto me restar a esperança de te ver de novo e isso, será
sempre, gravei seu nome em minha alma e quando acordo de manhã, embora não
sinta mais o cheiro do café que você fazia, ainda sinto que vale a pena viver
quando se encontra o amor, mesmo que esteja longe e nos braços de outro alguém,
vale a pena, porque só quem ama pode dizer que viveu.
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